A viagem quer-se longa e,
para poder apreciar cada momento, é conveniente dar pequenos passos
sem ter medo de arriscar, exatamente como se se caminhasse na corda
bamba, passos pequenos e firmes, com os sapatos adequados, roupa
justa, muita leveza, concentração e um grande sorriso no rosto. Na
eventualidade de uma queda, algo raro, entender que o corpo, a mente
e o espírito saberão defender-se da melhor maneira e aprenderão
muito com isso.
A história da Encerrado
Para Obras evoca sempre uma viagem, uma viagem longa por uma corda
bamba imaginária que é atravessada diariamente, por tantas pessoas
quantas estão disponíveis para dedicar a sua vida à arte. Pessoas
criativas que não têm medo do passado, do presente ou do futuro,
com uma visão muito clara do que pretendem: demonstrar, através do
seu trabalho que é possível continuar a sonhar acordado, que é
possível brincar, aprender coisas novas, encontrar novas soluções
para problemas antigos, através do cruzamento de diversas
disciplinas e concretizando as tais obras
aparentemente impossíveis.
Ho, ho, ho, a caixinha de música 2007
A Encerrado Para Obras é
uma companhia invulgar que percebe imenso de equilibrismo, de quedas
e talvez de estoicismo, pois nos seus 27 anos de história teve
períodos nos quais funcionou com uma equipa de 6 colaboradores
permanentes e outros nos quais a sua subsistência dependeu apenas do
trabalho de 1 elemento a tempo inteiro e algumas colaborações
pontuais. Entre 2016 e 2022 a equipa cresceu e prevê-se que assim
continue nos próximos anos, pois instalámos a nossa corda bamba num
terreno firme, num momento histórico em que muitas pessoas precisam
de a atravessar para se sentirem cada vez mais independentes e
talvez até mais humanos.
A ilha verde, 1996
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