Dança do ter e não ter

A viagem quer-se longa e, para poder apreciar cada momento, é conveniente dar pequenos passos sem ter medo de arriscar, exatamente como se se caminhasse na corda bamba, passos pequenos e firmes, com os sapatos adequados, roupa justa, muita leveza, concentração e um grande sorriso no rosto. Na eventualidade de uma queda, algo raro, entender que o corpo, a mente e o espírito saberão defender-se da melhor maneira e aprenderão muito com isso.

Folia, 2002

A história da Encerrado Para Obras evoca sempre uma viagem, uma viagem longa por uma corda bamba imaginária que é atravessada diariamente, por tantas pessoas quantas estão disponíveis para dedicar a sua vida à arte. Pessoas criativas que não têm medo do passado, do presente ou do futuro, com uma visão muito clara do que pretendem: demonstrar, através do seu trabalho que é possível continuar a sonhar acordado, que é possível brincar, aprender coisas novas, encontrar novas soluções para problemas antigos, através do cruzamento de diversas disciplinas e concretizando as tais obras aparentemente impossíveis.


Ho, ho, ho, a caixinha de música 2007

A Encerrado Para Obras é uma companhia invulgar que percebe imenso de equilibrismo, de quedas e talvez de estoicismo, pois nos seus 27 anos de história teve períodos nos quais funcionou com uma equipa de 6 colaboradores permanentes e outros nos quais a sua subsistência dependeu apenas do trabalho de 1 elemento a tempo inteiro e algumas colaborações pontuais. Entre 2016 e 2022 a equipa cresceu e prevê-se que assim continue nos próximos anos, pois instalámos a nossa corda bamba num terreno firme, num momento histórico em que muitas pessoas precisam de a atravessar para se sentirem cada vez mais independentes e talvez até mais humanos.

A ilha verde, 1996



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